Por José Santana
“Como editor deste veículo, e por razões de opinião tomei a liberdade de tecer neste artigo, uma visão parcial dos dias em quais vivemos na atual sociedade, na minha humilde visão parei para pensar e veio a sugerir a Igreja de Itapema, na pessoa de seus representantes, pastores, que tirem um tempo para refletir sobre o papel da igreja na nossa sociedade” - O líder da Igreja crê na Bíblia e condena todas as formas de pecado que ela denuncia, não importando se a sociedade o considera politicamente incorreto, retrógrado, careta ou coisas semelhantes. Os pastores têm que repudiar tudo aquilo que a Bíblia denuncia coisas tais como a corrupção, o adultério, a fornicação, a pornografia, homicídios, vícios da droga, as piadas indecentes, o homossexualismo, o ódio, a fofoca, etc.
Acredito que os nobres Pastores, inconscientemente já emitiram o seu parecer, mas como é praxe deverá de colocar nas suas orações a questão e esperar que Deus responda a estas indagações, correto? - Mas vamos fazer uma conjectura do papel da igreja frente às demandas da sociedade. No campo da política a Igreja é apartidária e como princípio básico da própria escritura, a Igreja não tem autorização para defender frente a uma sigla partidário um projeto político, seja ele qual for, desta feita, está escrito que a Igreja de Jesus Cristo tem como fundamento transmitir de pessoa para pessoa a mensagem do evangelho. Na evangelização propriamente dita o novo convertido deverá de se convencer dos principais fundamentos para que possa levar uma vida em comunhão com Deus e com a sociedade organizada. João Batista, apóstolo de Jesus, recebeu todas as informações necessárias para servir a Deus e aos homens, inspirado pelo Espírito Santo, João, se negou admitir as injustiças e a forma de vida que os governantes daquele momento levavam, ele repreendeu a devassidão, a corrupção moral, ética e o autoritarismo e, principalmente a violência do governo contra a sociedade. Nesse cenário de dolorosa desigualdade e de corrupção da carne e do espírito e de toda sorte de criminalidade, o cristão tem quer ser a voz que denuncia as injustiças (como Jesus sempre fez) suplicar pelos injustiçados, por aqueles cujas vozes não são ouvidas ou consideradas; o cristão tem que ser o primeiro a apontar as mazelas sociais, e não o último a indicar as condutas políticas antiéticas, corruptas e privilegiadoras das elites abastadas e dos dominadores do poder em todos os níveis das esferas governamentais e, em todas as camadas sociais mais abastadas, dentre eles os do poder religioso, do poder político, dos dominadores de bens de capital, empresarias e, gestão organizacional, onde as castas dominantes legislam e administram o Poder em favor de seus próprios interesses, visando se perpetuarem nas mordomias inconcebíveis. Mateus 5.13
O cristão não pode se omitir diante deste quadro desolador e de corrupção de consciência, tem que ser a voz que clama por um povo oprimido e sofredor. Assim fez João Batista no deserto, preparando os caminhos do Senhor. Denunciou tudo! Provérbios 31: 8 e 9.
Onde estão os “Pastores” lideres, homens de convicção, de preparo, de conhecimento para revidar através dos grandes exemplos bíblicos e dos milhares contemporâneos, cito só dois, Martin Luther King, Jr. teve algumas fraquezas, mas uma coisa ele fez certo. Contra todas as desvantagens, contra todos os instintos de auto-preservação, permaneceu fiel ao princípio da pacificação. Não revidava. Quando outros gritavam pedindo vingança, ele clamava por amor. Os defensores dos direitos civis colocavam seus corpos alinhados diante de policiais com cassetetes, mangueiras de bombeiros e cães pastores alemães rosnando. Isso foi, de fato, o que lhes deu a vitória que há tanto buscavam. (...) O público americano, horrorizado com a cena de violenta injustiça, finalmente deu consentimento para a passagem de uma lei de direitos civis. King, como Gandhi antes dele, morreu como mártir. Depois de sua morte, mais e mais pessoas começaram a adotar o princípio do protesto sem violência como meio de exigir justiça. Nas Filipinas, depois do martírio de Benigno Aquino, pessoas comuns derrubaram um governo reunindo-se nas ruas para orar; tanques armados foram interceptados por filipinos ajoelhados, como se fossem bloqueados por uma força invisível. Mais tarde, no notável ano de 1989, na Polônia, na Hungria, na Checoslováquia, na Alemanha Oriental, na Bulgária, na Iugoslávia, na Romênia, na Mongólia, na Albânia, na União Soviética, no Nepal e no Chile, mais de meio bilhão de pessoas descartaram-se do jugo da opressão por meios não-violentos. Em muitos desses lugares, especialmente nas nações da Europa Oriental, a igreja liderou o caminho. Os demonstradores marcharam pelas ruas carregando velas, cantando hinos e orando. Como nos dias de Josué, os muros desmoronaram.
“Igreja onde está tu, o Espírito pergunta, onde está tu..., levanta de onde estás e olhai em volta e veja o clamor silenciado, lamento... mas estou entristecido ao olhar e ver que a Igreja está calada com os olhos voltada para o altar.”
Pastores, cristãos da nossa cidade, ninguém é obrigado a ir, mas pergunto aos lideres religiosos da nossa cidade, quando foste visitar os enfermos em Itapema? – quando foram visitar a cessão da Câmara Municipal? – é necessário tirar uma hora para olhar para os problemas que afeta a nossa cidade, é preciso olhar firme para repreender ao gigante do tráfico de drogas, da violência contra a criança, violência doméstica e da corrupção, é preciso além de conduzir a Igreja e pastorear os fieis participar da vida política e social do município, para entender os problemas que afetam a sociedade no seu dia a dia.
Tomo a liberdade de convidar os lideres das Igrejas para acompanhar as sessões da Câmara de vereadores pelos menos uma vez por mês?
Qual o papel da igreja na sociedade?: O papel da igreja é muito importante, porque proporciona para o indivíduo através da fé, um grau de autoconfiança, consolo e consciência que o ajudará a lutar e buscar solução para os seus problemas. Por essa razão, a igreja é um lugar tão especial e precioso, no qual o amor de Deus pode ser demonstrado através do bom relacionamento entre as pessoas, tornando-se uma comunidade terapêutica e curadora. Por exemplo: se uma pessoa conviveu ou convive numa família disfuncional (problemática), frequentando a igreja, ela passa a ser estimulada a melhorar, pois convive com outro modelo, que é bom e saudável, resultando num processo pessoal de cura. Desta forma, a igreja através dos seus relacionamentos, consegue promover cura para os indivíduos e, consequentemente, traz benefícios para a sociedade.
Qual o papel da Igreja na formação dos valores éticos e morais?:. Na família a Igreja tem como papel incentivar à construção de relacionamentos conjugais fortes, assentados no respeito mútuo e na mútua aceitação, no desenvolvimento de laços de amor e interdependência que privilegiem a partilha de um projeto de vida. Pelo ensino de uma paternidade responsável, encorajadora de uma geração que determina o futuro com solidez, integridade e valor. Na educação a Igreja tem como papel: No ensino dos valores morais e espirituais, na construção do caráter, como meio de encontrar resposta às grandes questões da vida e suporte na decisão. Através da dinamização de grupos de jovens e de crianças, que aprendem a relacionar-se consigo, com Deus e com o outro ao tempo em que crescem e se divertem. Na intervenção a Igreja tem como papel. Porque não tem apenas opinião, têm sólidas convicções, a Igreja não pode ficar calada quando assiste ao desmoronar do valor do indivíduo em si mesmo, pela perca dos seus valores e pela falta de conhecer o Criador, que tanto o valoriza de uma forma pessoal. A Igreja tem de elevar a sua voz e gritar de todas as formas contra todos os preconceitos, violências e omissões. Na omissão do Estado organizado a igreja tem por finalidade especifica e especial a de cuidar a alma humana e é neste momento que a igreja auxilia na reconstrução do estado democrático de direito. Provérbios 31:08 e 09.
A igreja não tem sigla partidária, a sua missão dela está acima dos interesses políticos do homem, a dimensão espiritual está além destes parâmetros, e desta maneira, a igreja precisa caminhar condicionada aos principais fundamentos da igreja. Quando a igreja mesmo que indiretamente direciona-se para uma ideologia partidária está discriminando o homem e aí perdendo fieis, pois, está desvirtuando de sua missão deixando de pastorear para fazer política partidária, papel que deve ser desempenhada pelos Partidos Políticos. A igreja não pode estar a serviço da política, mas sim, a serviço de Deus. Ser a portadora da Boa Nova, agir contras a injustiças e omissão do estado organizado, a Igreja tem por prerrogativas sair contra quaisquer ações que aprisione nas ideologias mundanas a sociedade em suas ratoeiras e armadilhas malignas orquestradas por pessoas que utilizam o poder público do estado para saquear a sociedade, a Igreja no fundamento principal está apta e pronta a agir tanto da fé constitucional como se utilizar do aparato organizacional dos fieis para repudiar as praticas corruptas que destroem as bases do desenvolvimento humano e desencorajar a pessoa a seguir como parâmetro um modo de vida pautado na ética, na moral e nos bons costumes.
“A corrupção distorce na raiz a função das instituições representativas, porque as usa como terreno de barganha política entre solicitações clientelísticas e favores dos políticos, ela é a raiz de todos os males”.
O homem independente da sua espiritualidade caso tenha a vocação para a política, assim se conduzirá. Porem, quando ele tem uma experiência de Deus em sua vida certamente, atingindo o poder não se perderá, pois onde possa estar sempre será um instrumento de Deus para a humanidade, desta forma sua prestação de contas política será não para o homem, mas para Deus. Quando a igreja se fundamenta na fé, e no seu papel institucional que é ser a ponte de ligação do homem a Deus estará construindo um mundo melhor, mais justo sem a necessidade de apelos secundários ou abrindo portas à ação do mal na sociedade pelas suas próprias entranhas. “a corrupção distorce na raiz a função das instituições representativas, porque as usam como terreno de barganha política entre solicitações clientelísticas e favores dos governantes”. Toda a Doutrina social da Igreja propõe uma visão das relações sociais totalmente em oposição com a prática da corrupção. Daí deriva a gravidade desse fenômeno e o juízo fortemente negativo que a Igreja faz em relação a ele. Deriva daí também o grande recurso que a Igreja tem e pode por em campo contra corrupção: a totalidade da sua doutrina social, e o trabalho de quantos se inspiram nessa doutrina.
“Nobres pastores, seja qual for a sua denominação, não se cale atrás do púlpito, fostes chamados por Cristo para apresentá-lo como libertador dos determinismos sociais, políticos, e até dos determinismos biológicos”.
A Igreja é um conforto existencial indispensável para homens e mulheres angustiados, inseguros e temerosos. Não podemos exigir mais do que a certeza de um mundo transformado, na manifestação de Deus em Jesus. O ensinamento essencial de Jesus aponta: Deus está no mesmo barco, conosco. Deus está ao lado dos que sofrem violência; dos que são perseguidos e excluídos do mundo privilegiado. Debaixo de um silêncio sutil, somos chamados a buscar forças na fé e na confiança sobre os atos de Deus; somos convidados a lutar contra elementos adversos e a “caminhar sobre as ondas”, como Jesus, debaixo de tempestades, dentro da noite escura do mundo excludente, violento, desigual. Itapema só terá uma libertação real para sua vocação quando a Igreja assumir seu papel frente à sociedade e passar a exigir a aplicabilidade dos conceitos éticos, morais e repudiar de forma clara e contundente a omissão das nossas autoridades com relação ao tratamento do bem público maior o ser "humano" como o principal investimento, Itapema clamar por justiça e que ela seja feita. “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas” 2 Coríntios 6:14
José Santana
josefolha@hotmail.com
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