domingo, 31 de julho de 2011

55% são contra uniões homoafetivas

ENTENDA A NOTÍCIA

O Supremo Tribunal Federal (STF), em sessão realizada em 5 de maio deste ano, reconheceu a união estável para casais do mesmo sexo como entidade familiar, equiparando seus direitos aos dos casais héteros estáveis.


Homens, evangélicos e com idade superior a 50 anos são os brasileiros mais resistentes ao reconhecimento legal de uniões entre casais do mesmo sexo; grupos mais favoráveis são formados por mulheres (52%) e jovens (60 %)



Uma pesquisa inédita divulgada ontem pelo Ibope Inteligência mostra o que pensam os brasileiros em relação às uniões homoafetivas, reconhecidas como entidade familiar pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em maio deste ano. De acordo com o levantamento feito pelo Instituto, 55% dos brasileiros se declararam contrários à decisão e 45% a favor (veja gráficos nesta página).

Sessenta e três por cento dos homens pesquisados disseram não concordar com o reconhecimento legal de casais formados por pessoas do mesmo sexo; já entre as mulheres, a maioria (52%) é favorável e o índice de desaprovação vai até 48%.

As uniões homoafetivas apresentam maior nível de rejeição entre pessoas com mais de 50 anos de idade (73% se declararam contrárias); protestantes/evangélicos (77%); aqueles com nível de escolaridade até a 4ª série do ensino fundamental (68%); renda familiar entre um e dois salários mínimos (59%) e pertencentes às classes D/E (62%).

As regiões do País com maior reprovação à união civil gay são Norte/Centro-Oeste e Nordeste, com 60% de entrevistados contrários cada uma delas.

De maneira inversamente proporcional, o maior índice de aprovação ao tema aparece entre pessoas com nível superior (60%), renda familiar acima de 10 salários mínimos (55%), pertencentes às classes sociais A/B (49%) e com idade entre 16 e 24 anos (60%). A região com maior número de moradores que apoiam os casais homoafetivos é o Sudeste (49%), seguido de perto pelo Sul (46%).

Um dado curioso em relação aos favoráveis à união homoafetiva é a religião. O tema divide, literalmente, aqueles que se declararam católicos. Cinquenta por cento disseram ser a favor e os outros 50%, obviamente, manifestaram-se contra. Entre os que se definiram como ateus/sem religião o índice de aprovação chegou a 51%. Os entrevistados com maior aceitação ao assunto são aqueles que declararam ser de “outras religiões”, com 60% de aprovação.
 
Adoção
Além de investigar a opinião dos brasileiros sobre as uniões homoafetivas, o Ibope valeu-se da mesma pesquisa para assuntar o que eles pensas sobre outras questões relativas à homossexualidade.

No quesito “Adoção de crianças por casais homossexuais”, os resultados foram praticamente iguais aos obtidos em relação ao reconhecimento legal de pares do mesmo sexo. Cinquenta e cinco por cento dos entrevistados posicionaram-se contra este tipo de adoção.

Mais uma vez, a rejeição é maior entre os que têm a partir de 50 anos de idade - 70% se opuseram (entre os jovens com 16 a 24anos, a aprovação chega a 60%). E os índices de reprovação mantém praticamente o mesmo padrão de opinião da reposta anterior também por nível de escolaridade (67% dos que estudaram até a 4ª série do ensino fundamental se declaram contrários), região do País (no Nordeste, 60% desaprovam), classe social e religião.

Curiosamente, quando o foco da pesquisa deixa o campo do reconhecimento legal de direitos de homossexuais e passa para a questão da aceitação de homossexuais na sociedade, a coisa muda de figura.

A maioria dos brasileiros -impressionantes 73% - afirmou que não se afastaria em nada de um amigo que se revelasse homossexual (veja gráficos na página ao lado).

Cinquenta e nove por cento dos entrevistados declararam ser “totalmente a favor” que homossexuais trabalhem como policiais (contra 15% “totalmente contra”) e 61% também disseram ser “totalmente a favor” que homossexuais trabalhem como profesores do ensino fundamental/primário.
 
Pesquisa
A pesquisa União Estável Entre Homossexuais foi realizada pelo Ibope Inteligência entre 14 e 18 de julho deste ano. No levantamento foram feitas 2.002 entrevistas domiciliares em 142 municípios, incluindo Fortaleza -, dos quais 27 capitais, 13 na periferia e 60 no interior.

Vinte e sete por cento das entrevistas foram realizadas no Nordeste, 15% no Norte/Centro Oeste, 15% no Sul e 43% no Sudeste.

Sessenta por cento dos entrevistados disseram ser católicos, 23% protestantes/evangélicos, 12% ateus/sem religião e 4% afirmaram ter “outras religiões”.

Trinta por cento pertencem às classes A/B; 49% à classe C e 21%, D/E. As mulheres respondem por 52% do total de entrevistados(os homens, 48%). E a divisão etária ficou em 20% dos entrevistados com idade de 16 a 24 anos; 12% de 25 a 19 anos; 22% de 30 a 39 anos; 19% de 40 a 49 anos; e 26% a partir de 50 anos.

A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais. 
                                                                                                                                                                   


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