Integra do comentário:
É só isso, só isso. As pessoas saem absolutamente desatinadas por uma pressa que não se justifica por nenhuma razão. Eu andei ontem na BR 101. Nunca a tinha visto com tanto movimento nem em dias de semana. Ontem (domingo 14) era metade de um feriadão. Quem tinha de ter saído tinha saído, e ainda era muito cedo para voltar para casa. Mas o que é isso? Antes de mais nada, a popularização do automóvel. Hoje, qualquer miserável tem um carro. O sujeito jamais leu um livro, mora apertado em uma gaiola que hoje chamam de apartamento, não tem nenhuma qualidade de vida, mas tem um carro. E este camarada, casado, como não suporta a mulher nem a mulher suporta ele, sai, vão para a estrada. Vão se distrair, vão se divertir. E aí, inconscientemente, o cara quer compensar suas frustrações com excesso de velocidade. Tem cabimento o camarada não vencer a curva? Como se a curva fosse feita para vencer. Quando o camarada morre sozinho, problema dele. Mas e quando mata um inocente? Ontem, havia um acidente na estrada, no trecho norte da BR 101, eu vinha para Florianópolis, era do outro lado. Os caras paravam do lado em que eu vinha e atravessavam a pé para ver o que tinha acontecido. Com um movimento absolutamente incomum, se um desgraçado – e esta é a palavra – desgraçado é atropelada e feito um sanguinche na pista, o que é que vão dizer? "Este trânsito insano". Insano é o cara que para o carro, atravessa a BR para ver o que aconteceu com a outra pessoa. Então, é isso, estultícia, falta de respeito, frustração, casais que não se toleram, popularização do automóvel – resultado deste governo espúrio que popularizou, pelo crédito fácil, o carro para quem nunca tinha lido um livro. É isso.
Como cidadão catarinense e brasileiro me sinto envergonhado e, sobretudo, chocado com um comentário infeliz, preconceituoso e discriminatório, produzido por uma importante formador de opinião e mais grave numa emissora de TV que representa ser séria, que é afiliada a uma das mais importantes rede de TV do Brasil a Rede Globo. Espero que as autoridades tomem todas as medidas cabíveis, inclusive o Ministério Público representante do cidadão, represente criminal e civil o autor deste ato bárbaro contra a classe social e cultural por violação do princípio básico dos direitos individuais, preconizados pela Constituição Federal. Numa outra frente, também é importante levar ao conhecimento das autoridades de Brasília que este crime também tem que ser representado contra a concessão da RBS/TV, no Ministério das Comunicações e no Ministério Público Federal. Cabe ao comentarista de TV, Rádio, Jornais e Revista se ater ao fato, como se preconiza na máxima do jornalismo verdade, noticiar e comentar com isenção os fatos preservando a moral, bons costumes e os direitos inalienáveis assegurados ao ser humano. O conteúdo deste comentário inescrupuloso e odioso parte de pessoa neofacista e desequilibrada sem o menor senso social e que merece uma punição a altura, uma vez que o mesmo representa um perigo para a opinião pública, por ser tratar de uma pessoa formadora de opinião de massa.
José Santana
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