sábado, 15 de janeiro de 2011

História da Odontologia no Brasil

  
 POR: VILSON SCHAMBECK
Dentista - CRO 4947 – F.: 9904-3512
Na época da criação das capitanias hereditárias, entre 1534 e 1536, com a chegada das expedições colonizadoras e a formação dos primeiros núcleos de povoação, chegam ao Brasil mestres de ofício de diversas profissões. Eram artesãos entre os quais se incluíam os barbeiros, que eram as pessoas que tiravam dentes.

A Odontologia praticada no século XVI, restringia-se quase que só as extrações dentárias. As técnicas eram rudimentares, o instrumental inadequado e não havia nenhuma forma de higiene. Anestesia, nem pensar. O barbeiro (ou sangrador) devia ser forte, impiedoso, impassível e rápido. Eles aprendiam o ofício com um mais experiente e tinham que provar uma prática de dois anos sob a vista do mesmo. Após pagar a taxa de oito oitavos de ouro.

No final do século XVIII, mais precisamente em 23 de maio de 1800, cria-se o "plano de exames", um aperfeiçoamento das formalidades e dos exames. É encontrado pela primeira vez em documentos do Reino, o vocábulo "dentista". Convém lembrar que foi criado pelo cirurgião francês Guy Chauliac (1300-1368), aparecendo pela primeira vez em seu livro "Chirurgia Magna" publicado em 1363.

Em 07 de março de 1808, fugindo das forças francesas, o príncipe regente D. João VI, sua corte e a nata da sociedade portuguesa (cerca de 15 mil pessoas) chegavam a Salvador, tornando-se o Brasil por esta contingência sede do reino. Houve um grande surto de progresso.

Em 1820, o Doutor Picanço concedeu ao francês Doutor Eugênio Frederico Guertin a "carta" para exercer sua profissão no Rio de Janeiro. Era diplomado pela Faculdade de Odontologia de Paris e publicou em 1819, 'Avisos Tendentes à Conservação dos Dentes e sua Substituição', ao que tudo indica, a primeira obra de odontologia feita no Brasil. Outros dentistas franceses vieram a seguir: Celestino Le Nourrichel, Arson, Emilio Vautier, Henrique Lemale, Eugênio Delcambre, Júlio De Fontages, Hippólito E. Hallais(intitulava-se o dentista das famílias), etc, trazendo o que havia de melhor na Odontologia mundial.

Em 1839, é criada por Chaplin A. Harris, em Baltimore, Estados Unidos, a primeira Escola de Odontologia do mundo: Colégio de Cirurgia Dentária. Foram Também seus professores: E. Farmly, E. Becker e S. Brown. A partir de 1840 começaram chegar dentistas dos Estados Unidos e pouco a pouco suplantam os colegas franceses. Luiz Burdell foi o pioneiro, seguindo-se Clintin Van Tuyl, o primeiro a utilizar clorofórmio (só em casos excepcionais) para anestesia, conforme cita em seu livro: "Guia dos Dentes Sãos”, publicado em 1849. Mais dentistas acabam chegando dos Estados Unidos, alguns fugindo da Guerra da Secessão (1861-1865): Samuel I. Rambo, Carlos Koth, Witt Clinton Green, Preston A.Rambo, Jonh William Coachman, William B. Keys, Carlos Keys, etc.

No dia 25 de outubro de 1884 o Decreto nº 9311 institui no Brasil os primeiros cursos de graduação em odontologia (Rio de Janeiro e Bahia). Uma portaria do Conselho Federal de Odontologia tornou a data oficial para a comemoração do Dia do Dentista Brasileiro.                        
- Naquela época era comum “amarrar na cadeira” os braços dos pacientes que seriam submetidos a uma extração dentária. A esterilização dos instrumentos eram precariamente feitos, passando a ponta dos instrumentos sobre a chama de uma lamparina. Também fazia-se atendimento fora do consultório.
- A medicação pós extração era feita através de ervas medicinais que eram fornecidas ao paciente. Normalmente o dentista possuía em seu consultório, vários vasos com diferentes tipos de ervas para esse fim, ao qual removia algumas folhas, que eram dadas ao paciente, para utilização em forma de chá ou como colutório (bochecho).
- As dentaduras eram constituídas de duas fileiras de dentes, esculpidas em marfim ou adaptadas em base metálica, sendo as arcadas ligadas por molas elásticas.
- Primeira Cadeira de dentista:
criada por Josiah Flagg, nos Estados Unidos, em 1790.

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